ARTE ARTEIRA

A arte é uma das formas mais lindas de expressar emoções. Até a raiva pode ser expressa como arte. A arte pode ser criada carregada de uma emoção e vista com outra. Na arte cabe toda e qualquer emoção.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Emoções de Natal

Acho que devo escrever. Assim posso exorcizar meus sentimentos, minhas emoções, que são muitas. Nesta data de Natal, tudo vem à cabeça. Todo o passado, as coisas boas, as ruins, as perdas...
Faz pouco, nesta época de festas perdi minha mãe. Foi dia 1 de janeiro deste ano. Ela se foi de vez. A mente dela já havia ido, aos poucos, paulatinamente, mas ainda a tínhamos, de alguma forma. Agora ela se foi. Todo o sentimento é muito conturbado, existe uma parte que se sente aliviada, outra, talvez a maior, que se sente perdida, sem a principal referência. Órfã.
Ela odiava o Natal e agora, depois de velha entendo perfeitamente. Depois que perdi meu Aigor e principalmente depois que namorei um homem casado, entendi perfeitamente o que é ser posta de lado. Dói muito. Ninguém deveria passar por isso, principalmente minha mãezinha querida. Ela teve uma vida muito sofrida, de vergonha e revolta. Uma mulher linda que certamente merecia o melhor escolheu o pior pra si. E teve uma vida que a machucou demais, que tenho certeza, colaborou muito pra ocorrência desta doença do esquecimento. Melhor esquecer, lembrar de que, se foi uma vida com tantas mágoas e perdas. Melhor esquecer.
Mas não me esqueço dela. Minha grande mestra, amiga e ídala. Uma menina em um corpo de velhinha. Como será que acontecem as escolhas de parentesco? Quem e como se decide quem gerara quem? Como se formam as famílias, que inúmeras vezes são feitas de pessoas que se desentendem demais. E nós, o que fazemos aqui? Qual o objetivo afinal? Quando eu era novinha, eu sabia tanto e agora que sou madura, não sei nadinha. Só sinto um turbilhão de emoções cada vez mais profundas.

sábado, 4 de dezembro de 2010

FOLCLORE BAHIANO

São muitos os folclores sobre os bahianos. Todos bons, diga-se de passagem. Que o bahiano é acolhedor, simpático, boa cabeça, etc...
Sou filha de pai bahiano, nascida em São Paulo, Capital. Lugar tambem cheio de folclore, porém negativo, sobre os paulistanos. Que são antipáticos, não colhedores, individualistas, etc...
Pois é, vim morar na Bahia, Salvador, faz três anos e pouco, e não encontrei o bahiano acolhedor. Conheci bastante gente, mas só não conheci o bahiano amigo de verdade e acolhedor. O sorridente sim, pois o bahiano se esconde atrás do sorriso pra tudo. Em qualquer situação manda um sorrisão pra segurar a onda. Como se seu sorriso efetivamente fizesse diferença, como se fosse uma atitude, como se o sorriso pudesse disfarçar seus defeitos e desafetos.
Pois bem, quando morava em São Paulo, cidade que sabidamente recebe muita gente de fora, nunca eu ou qualquer pessoa de minha família, deixou de convidar qualquer colega de trabalho ou curso a passar Natal, Reveillon, ou qualquer feriado importante com nossa família, caso o forasteiro não fosse passá-lo em sua cidade com seus familiares. Nós somos paulistanos, lembra, os antipáticos e fechados. Aqui em Salvador, passei todos os Natais e Reveillons sozinha. Nunca recebi nenhum convite pra passar a ceia ou se quer o almoço em casa de nenhum bahiano que conheço. Nunca me senti tão só e desacolhida em qualquer outro lugar. Conversei isto com outros paulistas, gente jovem, na faixa dos 30 anos, que trabalha e estuda aqui, e recebi a mesma queixa. Achei que eu pudesse ser um caso isolado, por ter 55 anos, sei lá, mas ví que não é este o caso. O bahiano pergunta muito sobre sua vida, mas ví agora que não é por interesse em vc, mas tão somente curiosidade.
Vim pra cá com a firme intencão de morar até o final de meus dias aqui, fazer daqui meu novo lar, mas sem acolhimento isto é impossível.
Estou voltando pra São Paulo, onde de fato existe pessoas acolhedoras e todas as outras vantagens. Vou adorando a cidade de Salvador, mas com uma péssima impressão de sua gente tão sorridente.

É isso...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Simples assim...

Recebi de uma amiga um e-mail lindo, que falava sobre a amizade e da importância dos diversos amigos em nossa vida. Mas no final deste e-mail havia uma frase, aliás um pequenino texto que continha uma verdade tão clara e simples, que me motivou a colocá-lo aqui.

"Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem,
que lhe parecem verdadeiras e desfaça os nós
que lhe prendem àquelas que foram significativas na
sua vida mas infelizmente, por vontade própria, deixaram de ser.
Nó aperta, laço enfeita... Simples assim".

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lá então...

Estou no lá então... já conheço estes passos, pois já os dei inúmeras vezes. Mas o aqui e agora não tem me satisfeito, mau sinal...
Para o lá então, tenho planos maravilhosos, nunca os dias serão tristes e jamais vazios. No lá então, tudo sempre dará certo, dias brilhantes e felizes. Descansos merecidos, e encontros sempre interessantes. No meu imaginário é tudo ótimo, mas... não acontece bem assim.
Aqui, já foi meu lá então, e era tudo!!! Durante um tempo até foi muito bom, mais pela expectativa que alimentava, mas passado este tempo, comecei a olhar o lado negativo, aí... já era. Agora quero voltar de onde eu vim. Agora lá é meu lá então...
Já conheço todos os defeitos de lá, e não são poucos. Convenço-me, que de lá faço parte do meio, e que de fato sou uma pessoa absolutamente urbana e não praiana como pensava poder ser. Pode ser, mas de fato sei, que quando se esta bem , fica-se bem em qualquer lugar e quando se esta mal, da mesma forma, fica-se mal em qualquer lugar. Sei lá, é só coisa de emoção. Tenho me sentido muito só, mas não é este só comum, acho que é mais que isto, é mais que só, é um não pertencer ao lugar, não entender a cultura local e me sentir também não entendida. Me sinto não fazendo parte do meio. Aqui não é minha casa. Quando penso em minha casa, penso no meu apartamento de São Paulo. Lá é que sinto ser minha casa. Sinto falta de tudo que tem lá e não tem aqui. E pensar que vim pra cá pelas coisa que tem aqui e não lá. Ultimamente tenho sentido falta até do friozinho...rsrs.
Eu pensava que viraria uma “local” em quinze dias... que a vida de praia faria rapidamente parte de minha rotina. Que iria todas as manhãs andar na praia e tomar sol, como supunha que faziam as pessoas que nasceram em cidades praianas. Eu pensava que eu era tão urbana somente porque crescera em uma cidade grande e extremamente urbana, mas que se a vida me desse a oportunidade de mudar de cidade, rapidamente eu mudaria também. Ledo engano.
Embora este sentimento seja recorrente, e por isso, me desperte muita angústia, não consigo mais achar graça aqui. Estou fazendo um tremendo esforço pra fazer melhor minha estada aqui, até que eu consiga voltar.
É isso...



21/10/2010

sábado, 19 de junho de 2010

VOU VOLTAR...

Vou voltar...

Sei que ainda vou voltar, para o meu lugar, foi lá, é ainda lá...
Nunca jamais pensei que haveria de pensar nesta letra de música como sendo minha, minha história..., mas agora é. Saí de São Paulo tão certa de nunca mais voltar a viver lá, e agora é tudo o que quero. Voltar pra minha terra... minha cidade... minha casa. Pois lá conheço todas as nuances culturais e aqui não. Aqui sou estrangeira, gringa. Não me integro, não me absorvem e não os absorvo também.
O Brasil tem em si muitos Brasis. Um país imenso de diversidades culturais proporcionais. Estando eu na Bahia ou Ceará ou Acre ou qualquer canto do país, nunca poderei acreditar estar no mesmo Brasil em que nasci. Nasci em São Paulo, capital, e somente por lá e arredores consigo identificar minha ”nação”. Assim acontece a qualquer brasileiro nascido em qualquer parte do Brasil. Quando se cruza alguma distância dentro desta imensidão cultural, não poderemos jamais pensar em estarmos no mesmo país. É sim, o mesmo país geograficamente falando, mas jamais o será do ponto de vista cultural.
Sinto falta daquela loucura maravilhosa, da imensa opção que se tem pra tudo, inclusive pra pessoas. Tem gente vinda de muitas partes do Brasil e do mundo, mas em grande quantidade. Cursos de tudo, restaurantes de todas as especialidades. Muitas opções. Fica-se em casa somente se quiser. Acho que é a melhor noite do mundo, embora isto não me interesse, sou mais diurna.
Me mudei pra Salvador pra morar, mas agora vejo que aqui é uma ótima opção pra passar férias, mas não mais pra morar. Não pra uma “estrangeira”, como eu. Aqui é bom pra o baiano, o soteropolitano, que esta integrado nesta cultura. Talvez somente pra ele.
São Salvador é uma linda cidade e uma das coisas que mais gosto aqui é a vista do mar que tenho de meu apartamento no Rio Vermelho. Mesmo bairro onde morou Jorge Amado. Acho que vim pra cá, pra resgatar a baianidade de meu pai, que saiu tão jovem de sua terra, Santa Maria da Vitória, sertão da Bahia, em direção ao Sul, passando por Rio de Janeiro, se estabelecendo finalmente em São Paulo. Eu sempre brinco com as pessoas dizendo que sou meio-sangue baiana... mas acho que sou menos... talvez um quarto de sangue...
Bem, sei que ao voltar terei muito trabalho, pois vim pra cá de mala, cuia e gatos. Transferi até meu título de eleitor, pra poder virar baiana de verdade. Mas não virei não. O pior aconteceu, sou meio que uma pária nesta linda terra. Talvez estivesse um pouco velha pra absorver tanta mudança... Vamos ver.

domingo, 11 de abril de 2010

Pensamentos recorrentes

Estou começando a pensar em voltar.
Percebo que a vida é disposta em ciclos, e creio estar entrando em outro ciclo de minha vida.
Quando vim pra Salvador, precisava de um grande distanciamento de tudo e de todos. Precisava me distanciar de minha perda passada, de minha perda futura, e de seus envolvidos e representantes.
Agora, preciso voltar pra tudo isto. Agora me sinto só. Preciso de minha história, preciso continuar a vida como estou acostumada. Com meus valores, desde o mais simples.
Pensei que mudando de cidade, mudaria também minha dor. Mudaria também meus hábitos. Mudariam meus sentimentos. Ledo engano. Mudou somente o entorno, porque foi só o que eu mudei.
Esta noite sonhei com minha família. Meu pai minha mãe, minha irmã e um amigo de Sâo Paulo. Estávamos em minha casa, ele havia me trazido dois pássaros pra eu tomar conta por um tempo, que ficavam em uma gaiola que não tinha porta. Eles entravam e saiam à vontade. Sempre retornavam.
Depois que ele os deixou e foi embora, me assaltou a evidência de que eu tenho gatos e, portanto não deveria ficar com seus pássaros, pois seria muito ariscado para eles. Mas ele já tinha ido e eu, já tinha ficado com os pássaros.
Eles eram encantadores, conversávamos bastante, atendiam ao meu chamado, e me ensinavam a cuidar bem deles mesmos.
Mas eu ficava sempre em sobressalto procurando por eles com medo que já tivessem sido caçados por um de meus gatinhos.
Pois bem, meu amigo retornou pra levá-los, a uma festa e queria que eu os acompanhasse, como se fossemos um casal levando seus filhos a uma festa. Fiquei surpresa, mas gostei da idéia. Aí nos pusemos a procurá-los. A gaiola deles estava no banheiro, onde minha irmã tomava banho. Por não podermos entrar perguntei a ela, através da porta, se eles estavam na gaiola, porém me pareceu que não estavam. Ela me respondeu que sim, eles estavam lá. Mas neste ínterim, continuamos a procurar por toda a casa. Fomos ao meu quarto, que estava com a cama desarrumada, e minha mãe ia em sua direção pra se deitar, mas eles não estavam. Fomos ao quintal, nesta fase do sonho, meu apto se transformara em casa de minha mãe, mas eles não estavam. Ocorreu-me um sentimento de um ligeiro constrangimento por morar em uma casa bem mais simples do que a casa de meu amigo.
Bem, continuamos a busca. Só encontrados um deles, e o sonho acabou assim, no meio e sem conclusão real, mas me deixando uma sensação de que ele ocorrera pela minha necessidade de reconhecimento. Necessidade de estar entre os meus pares.
Estou a três anos completamente afastada de meus pares. Mal faço parte de uma escola de cerâmica. Não tenho nenhuma amiga de fato. Só conhecidas e colegas esporádicas. Não me encaixo a cultura daqui e esta cultura não se encaixa em mim. Acho que quero voltar pra minha “casa”. Percebo, e não é de hoje, que até meus gatinhos, que aqui tem muito mais espaço do que em São Paulo, não se sentem totalmente tranqüilos aqui. Pode ser que eles estejam me percebendo com uma aflição embutida. Sei lá, mas embora goste daqui, do lugar, da cidade, do meu apartamento, moro em frente ao mar, da paisagem, sinto falta dos meus hábitos, dos meus costumes de paulistana e principalmente de minha cultura. Sinto falta de ser reconhecida pelo outro como uma possibilidade de relacionamento. Não necessariamente de um relacionamento entre home e mulher, mas entre pessoas. Acho que aqui não sou vista como esta possibilidade por ser muito diferente, não na forma mas em pensamento, em atitude, em crenças. Além disso, as possibilidades aqui são infinitamente menores.
E os homens. Ah... os homens que aqui gorjeiam... não gorjeiam como lá... pois é! Valores diferentes, imagem diferente, comportamento diferente e interesses diferentes, fazem com que meu interesse por eles seja inexistente. E isso certamente me faz muita falta. Falta o brilho em minha vida.
Outra coisa que me falta demais são conversas inteligentes. Não é fácil tê-las em qualquer parte do planeta, mas há lugares onde esta possibilidade é mais escassa.
Acho que resolverei meu problema assim: levarei o mar e meu apartamento para São Paulo, ou vou continuar pensando em meus sentimentos pra apurá-lo o suficiente pra poder tomar uma decisão. Como me disse um amigo em uma ocasião em que eu estava também com dificuldade em tomar outra decisão, a minha situação é muito boa, pois tenho total liberdade de ir ou ficar onde eu quiser. De fato olhando por este ângulo ele tem razão, mas assim como me faltam empecilhos faltam-me também motivações. Ou seja, nunca estamos contentes...

terça-feira, 30 de março de 2010

Mergulho da gripe

Hoje estou assim... gripada, de cama e com vontade de filosofar... filosofar sozinha, né, ou com meus gatinhos...rsrs
A televisão já encheu, ler, eu não quero...ai, ai, eu queria mesmo era falar, falar, mas não tem ninguém que me queira ouvir. O jeito é escrever.
Quando estou assim, meio lá meio cá, parece que dou um mergulho em mim. Vou lá no fundo e encontro algumas coisas, que não é sempre que vejo. É mesmo um olhar pra dentro de mim. Não sei se porque não estou disposta a sair no tempo, sentir o sol, o vento, que também não quero ficar na parte de fora de mim e resolvo isto com um mergulho profundo, mas tão profundo que não sei direito onde vai dar. Vou pra algum lugar no passado, algum momento que já vivi e que não volta mais. Gosto de me lembrar do amor que tive, da vida que vivemos juntos e de como nos divertíamos com as coisas mais simples. Lembrar me faz bem. Quando lembro dele, parece que o recupero um pouquinho. Que conquisto novamente o direito de viver aquilo.
A vida é tão efêmera, tão rápida. Passei 22 anos ao lado do homem mais importante de minha vida, e já acabou, foi muito rápido. Ele já está lá, não sei onde, quem sabe no céu... se bem que acho que ele iria odiar o tal do céu. Ele gostava era de movimento, ação, alegria, fila, buxixo. Acho que céu não era pra ele. Mas por outro lado, ele é que era merecedor do céu. Só de pensar que ele me agüentou nesta vida, já ganhou o céu. Mas tem mais... ele agüentou a Marly, sua primeira mulher. Um homem que agüenta duas mulheres em uma vida merece o céu, ah se merece!
Mas eu não preciso de gripe pra me lembrar dele não, lembro sempre. Ele foi um enfeite em minha vida. Um grande amor. Um grande amigo e o homem a quem mais admirei. Tive sorte em tê-lo em minha vida, por meu companheiro, ainda que somente por estes poucos 22 anos.
Nestas horas, quando estou lembrando de nós, gosto de acreditar que a vida não termina aqui. Que ela não acaba com a morte. Gosto de pensar que ela continua, seja de que forma for, porque aí eu terei a oportunidade de reencontrá-lo. Nada me faria mais feliz.
Uma noite eu sonhei com ele. Já havia algumas vezes que eu havia sonhado com ele, mas curiosamente, nunca conseguia falar com ele. Ele nunca conseguia me ouvir. Mas desta vez não só conseguimos nos falar como nos abraçar. Foi indescritível a sensação que senti ao abraçá-lo. Senti o abraço dele de verdade. Foi maravilhoso. Depois daquele sonho, eu fiquei muito mais tranqüila e em paz.

Ro
30/03/2010

Envelhecer juntos...

E o envelhecer juntos... deve ser muito acalentador. Dançar aconchegada no peito dele no final de festa da vida. Não deu pra fazer isto em minha vida. Vivemos muito bem, com muito amor e amizade, mas tivemos vários anos por diferença e o final, nosso final se deu com um certo descompasso. O dele veio primeiro e o meu ainda não. Mas o final de nos dois juntos acabou acontecendo, pois agora sou só eu... eu comigo.
Mas se tivesse novamente outra oportunidade de escolha, se a vida retrocedesse e me fosse dada novamente a opção, eu, sem a menor sombra de dúvida, escolheria o mesmo caminho que escolhi. O mesmo companheiro, o mesmo amor. Ainda que soubesse que ficaria alguns anos sozinha, por ele ter ido antes que eu, assim o faria. Na vida mais vale a qualidade do que se vive do que a quantidade.
Nunca pensei que seria possível viver a qualidade de relacionamento que vivi. Nunca tive notícia de que existia um homem tão “humano” como o que tive em minha vida. Sabia do tipo mais comum e básico de homem. Desse tipo que até hoje me indago o porquê das mulheres em geral suportarem e até os quererem em suas vidas. De certo tenho uma dicotomia em meu conceito. Porque o homem como o vejo, é bem basiquinho, tão basiquinho que não há possibilidade de uma inserção feliz dele em sua vida... coisa estranha. Mas todo mundo, ou melhor, toda mulher quer um homem pra chamar de seu, logo, eu devo estar errada, equivocada, com certeza, não é possível!
Claro que a visão machista de nosso país é em grande parte responsável por essa imagem que faço dos homens. É que devo olhar por um ângulo muito particular, oriundo de minha criação, idade, etc... Vou dizer, é muito desconfortável esse olhar, essa minha percepção. Me deixa inquieta, insegura. Não frente aos homens, mas frente ao meu olhar. Que diabo de olhar é esse que me faz repudiar o que eu deveria desejar?
Só pude olhar com conforto quando encontrei esse meu amor... oh amor bom! Mas não foi confortável desde o começo não. Fiquei assustada, de primeiro. Depois fui assentando o pêlo, sossegando, mas não de uma vez. Ele foi se mostrando, me dizendo que não precisava temer, que ele era do bem... e fui vendo que era sim... mas quando vi, já tava amando... amando demais. E foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, de verdade! Foi o que fez valer todos os meus dias, até hoje.
Um amor de verdade vale uma vida!


29/03/2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ressalva...

Embora tardiamente, algumas de minhas postagens sobre relacionamento conjugal precisam de ressalvas.
Preciso dizer que não penso que todos os relacionamentos conjugais, no modelo mais usado como o casamento tradicional, sejam ruins. Penso que a maioria tem sido ruim, porém acredito que hajam os bons casamentos, e que aí sim, se constitui o verdadeiro desejo de todo ser.
Não sou contra, embora não seja totalmente a favor de casamento, especialmente no modelito tradicional. O que de fato acho péssimo, são as relações desgastadas pela hipocrisia de um modelo social que, para a maioria, não funciona mais. Me cansa ver homens e mulheres, inteiros, interessantes, inteligentes, vivendo um arremedo de vida, obtendo muito menos do que precisam e merecem, simplesmente porque não param pra prestar a necessária atenção, no que temos de mais importante que é nossa própria vida.

Por hora, é isso...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Perdas & Ganhos

Toda escolha pressupõe, algum ganho e várias perdas, porque escolhemos um caminho e deixamos vários outros, com tudo que cada um deles contém.
Faz parte da vida que façamos escolhas sempre, ou a vida se encarregará disso por nós, e teremos de vivê-la, mesmo sem tê-la escolhido diretamente. Por vezes encontramos pessoas que tendo escolhido seu caminho, continuam a querer vantagens de outro caminho, que não fora seu escolhido. Esta postura, de querer tudo de bom, todas as vantagens de todos os caminhos, é uma postura de imaturidade emocional, e se queremos evoluir como pessoas e ter um convívio gratificante com nosso entorno, precisamos “sanear” esta imaturidade, enxergá-la e cuidar para que amadureçamos.
Quem de nós já não encontrou pela vida a fora, pessoas que vivem um tipo de vida diferente do seu e no entanto, olha para sua vida , focando somente as vantagens, com uma pontinha de inveja, como se você tivesse tido mais “sorte” do que ela. Imaturidade, eu diria, pois só esta sendo visto parte de uma escolha, a parte nobre da escolha, mas não o todo. O todo contém sempre, vantagens e desvantagens, pois tudo na vida é polarizado, contendo assim a parte positiva e a negativa. A escolha de vida desta outra pessoa também contém coisas vantajosas, caso contrário não teria sido sua escolha, e partes negativas, e quando ele olha a sua vida, focando a parte positiva dela, ela estaria querendo trocar a parte negativa contida na escolha dela, pela parte positiva de sua escolha. Quem é que tem este tipo de raciocínio em nosso mundo se não as crianças, que ainda são incapazes de absorver a parte negativa da vida, se debatendo sempre que se deparam com ela.
Pois bem, no mundo dos adultos, onde temos a liberdade de fazer nosso próprio caminho, temos de escolher qual as vantagens das quais não abriremos mão em nossa vida e quais as desvantagens que poderemos bancar. É assim que um adulto, com maturidade emocional deve pensar sua vida. Claro que todos gostaríamos, no plano dos sonhos, de termos só o lado positivo e cômodo da vida, mas sabemos que isto tem seu lugar somente nos sonhos, e o lado chato ou negativo de nossas vida nos leva ao equilíbrio.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Realização Possível

É possível se ter uma vida completa e realizada, e pra isso é necessário que se tenha uma vida sem privações, principalmente no que diz respeito às necessidades básicas do ser humano. Para tanto, pode-se e deve-se ter uma vida sexual prazerosa, ampla e irrestrita, sem com isso, comprometer a vida familiar.
Se somos seres dotados de desejos não há motivo pra negar suas realizações, principalmente, hoje que a ciência nos faculta a condição de gerenciamento da gravidez, que seria o motivo de se ter adotado o casamento monogâmico, pelo menos por parte da mulher.
Como são as mulheres que engravidam, veta-se a multiplicidade de parceiros sexuais dela, e a família fica preservada, tendo-se a certeza da paternidade e então, a justa transmissão de bens para os filhos daquele homem.
Várias desculpas tem sido dadas pelos homens, que não eventualmente são confirmadas pela ciência, até muito pouco tempo, exercida com exclusividade por homens, da necessidade dos homens terem múltiplas parceiras sexuais por sua forma fisiológica de germinarem seus sêmen em infinita quantidade de mulheres, para a preservação da espécie, porém é totalmente esquecido e completamente ignorado, por culpa do machismo, que as fêmeas de qualquer espécie selecionam dos machos os melhores, para a superioridade e diversidade da espécie, isto também é absolutamente fisiológico, portanto, absolutamente verdadeira a atração sexual que a mulher sente por outros homens, que invariavelmente, tem algo diferente ou melhor do que seu companheiro fixo.
Sexo é tão importante como qualquer necessidade básica e a falta de sua realização, pode nos levar a diversos comportamentos patológicos e prejudiciais à saúde como um todo. Para o completo equilíbrio do ser é preciso que tenhamos tudo de que necessitamos, como necessitamos.
Embora nossa cultura apregoe a fidelidade feminina e cultue a infidelidade masculina, como o comportamento a ser seguido, este modelo de união entre homens e mulheres tem dado infinita demonstração de fadiga, resultando em infelicidade extrema de homens e mulheres. Não seria hora de repensarmos nosso modelo de relação conjugal?

“SE OS FATOS NÃO SE ENCAIXAREM NA TEORIA, ENTÃO A TEORIA E NÃO OS FATOS, ESTARÁ ERRADA.”(Galileu)

terça-feira, 2 de março de 2010

Frio de Verão...

Cheguei aqui em São Paulo com a mala recheada de tops, regatas e sandálias... hahaha... Que frio!
Muita chuva, temperatura lá pra seus 17 graus ou menos. Ainda bem que tinha uma bota aqui e alguma coisa menos fria, e uma jaqueta jeans pra quebrar o galho.
Conversando com algumas pessoas, tive a surpresa de algumas delas preferirem este frio ao calor insuportável que estava na capital paulista.
O planeta está reviindicando seus direitos. Está revidando nosso descaso com ele.
Terremoto no Haiti, Terremoto e Tsuname no Chile, Chuva desenfreada na Europa, inversão térmica em muitos lugares do planeta... e cada vez menos sabemos que temperatura fará nos dias e noites de verão, inverno, porque nosso planeta está ressentido...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Diálogo com o papel

Hoje me dei conta de como me faz bem interagir com o papel (computador). Colocar meus pensamentos pra fora é bom demais. Mesmo que ninguém leia, mas o fato de meus pensamentos se transformarem em palavras concretas, que formam um texto com uma estética própria, sinalizam que eles já não me pertencem mais. A partir deste momento, pertencerão também a quem os ler. Constata meu pertencimento a um meio, minha mistura com meu entorno.
É isso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vida Sexual Fora do Casamento

Recebi outro dia de um amigo, esta entrevista de Dr Elsimar Coutinho, de quem sou cliente e admiradora. Mas o conteúdo extremamente machista da entrevista, me suscitou uma resposta, que creio, cada mulher dá, ainda que em silêncio, aos inúmeros comentários machistas que se ouve pelo mundo a fora, de todos os “doutores” da vida. O Sr homem!

Entrevista com Elsimar Coutinho - Homem de coragem




Últimas Notícias Quarta , 28 de Outubro de 2009

Publicada em 24/09/2009
Elsimar Coutinho: Se quiser alguém que pense como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um viado enrustido

Crédito:

Não existe Homem Fiel - Elsimar Coutinho


Não existe Homem Fiel - Elsimar Coutinho
1º- Não existe homem fiel.
Você já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade.

Não é desabafo. É palavra de homem que conhece muitos homens. Nenhum homem é fiel, mas pode "estar" fiel, ou porque está apaixonado ( algo que não dura muito tempo - no máximo alguns meses - nem se iluda! ) ou porque está cercado por todos os lados ( veremos adiante que não adianta cercá-lo: isso vai se voltar contra você).
2º - Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher.
Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.

3º - Não fique desencantada com a vida por isso. A traição tem seu lado positivo.
Até digo, é um mal necessário. O cara que fica cercado, sem trair é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça.

Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes. Se quiser alguém que pense como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um viado enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social. Todo ser humano busca a felicidade, a realização.E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, tá tudo no cérebro).. A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável, com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho .

4º - O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e esta vem de diversas formas: sentimento de paternidade, com uma família estruturada, etc., mas nunca
virá se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão. Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa; o cara não dá um passo no dia-a-dia sem ela) você vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas o seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranqüila para se desenvolver profissionalmente). Vai ser um cara sem ambição e sem futuro.
5º - Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira, etc... Nada disso vai adiantar. É lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade do homem de ficar com você e maior as chances do divórcio.Se ser perfeita adiantasse Julia Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bunchen foi largada por Di Caprio, não é você que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha)..

O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos: na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares . Finja que não sabe. Isso é o segredo para um bom casamento. Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.
.
6º - Se você busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis.
Eles não existem nesse conceito que você imagina. Os homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que traem esporadicamente (não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muuuito discretos: não deixam a esposa saber (e nem ninguém da sua relação, como amigas, familiares, etc.). Só, e somente só, um ou outro amigo DELE deve saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual.
Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito geralmente são numa escapulida numa boate, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade.O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras. Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao próximo tópico.
7º - ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS - É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES:

Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de que homem não gosta de mulher fácil.
Homem adora mulher fácil. Se 'der' de prima então, é o máximo. Todo homem sabe que não existe mulher santa.

Se ela está se fazendo de difícil ele parte para outra. A demanda é muito maior do que a procura..
O mercado ta cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte.

Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema). Ou, como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o homem e ele gostar de você não quer dizer que foi por você se fazer de difícil, mas sim por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar com tanta simpatia por você que você pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher. Ele vai começar a se envolver sem perceber. Vai começar ELE a te procurar. Se ele não te procurar era porque ele só queria aquilo mesmo.

Parta para outro e deixe esse de stand by. Não vá se vingar, você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não se sinta usada, você também fez uso do corpo dele - faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.

8º - 90% dos homens não querem nada sério. Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados ; por isso procuram casamento. Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado e dê logo para ele(e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer doce só agrava a situação, estamos em 2010 e não em 1957.
Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.
9º - Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte:
Tente achar o homem perfeito do 5º item , dê espaço para ele. Não o sufoque.
Ele precisa de um tempo para sua satisfação. Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão, seja independente e mantenha o clima legal em casa.
Nada de sufocos, de 'conversar sobre a relação', de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco, etc. Você pode até criar 'muros' para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir .
10º - A última dica: Se você está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho:
Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida, se você é dessas, boa sorte!). Mas tudo é a pura verdade.

Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com você, o Homem trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro.

Isso é científico. O que você procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que você pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que você nunca vai encontrar.
Espero ter ajudado em alguma coisa .



Aproveitando o gancho de Dr Elsimar, grande médico baiano de 78 anos, digo que concordo quase que absolutamente com ele. Penso que o sexo fora do casamento pode ser de fato necessário para se manter uma vida sexual do casal, saudável.
Tenho visto que a coisa que mais rapidamente acaba com a graça da vida sexual de um casal é o casamento. Para o bem estar da vida sexual é necessário novidades, descobertas, inovações não somente dentro, mas também fora do casamento. Concordo quando Dr Elsimar diz que não se deve ter vínculos firmes com outras pessoas, mas uma relação ligeira e apimentada, do ponto de vista sexual, é muito bem vindo, não só pra o homem, mas, pra ambos.
Reparem que normalmente é a mulher quem primeiro se desinteressa pelo sexo no casamento. Então a sociedade deduz que a mulher é menos interessada por ele. A medicina reforça este conceito, dando desculpas do pós parto, do pré parto, da TPM, da pré menopausa, da síndrome do ninho vazio, e inúmeros outros pseudos sintomas que poderia estar levando a mulher ao desinteresse sexual com seu parceiro eterno.
Qualquer um fica entediado em fazer sexo com o mesmo ou mesma parceira durante uma vida interia ou durante um grande período. Porque não é natural que se pense o sexo como se pensa o amor, por serem duas coisas diferentes.
O homem, por seis mil anos tem tido privilégios neste campo. E roga a si, o direito de copular com várias mulheres por instinto. É claro, que são teses defendidas por médico, homens, que por todo este tempo tiveram o absoluto poder de comando, nas ciências, nos estudos em geral, na política, subjugando a mulher intelectualmente. Porém, hoje as coisas estão em franca mutação e temos um percentual maior na humanidade como um todo de mulheres mais instruídas e com estudos completos até o terceiro grau do que de homens, o que fará, não imediatamente, mas ao longo do caminho, com que este totalitarismo se desvaneça e fortaleça uma relação de equilíbrio entre homens e mulheres.
Creio que aí então, os relacionamentos fixos, como casamento e namoros prolongados, poderão ser vividos com maior sinceridade, no sentido de ir, cada um, em busca do que tem vontade, ainda que seja outra pessoa, só por atração, e este fato, poderá acontecer sem abalar a relação estável que se tenha, pelo contrário, entrando como um componente de realização do indivíduo, fazendo com que este, mais realizado e portanto mais feliz, esteja mais inteiro em sua relação com o outro.
O amor deve ser inclusivo e não exclusivo, para homens e mulheres!

02/2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARNAVAL

Gozado... como o carnaval me afeta!
Nenhuma outra data mexa comigo tanto quanto o carnaval. Seria de se pensar que o Natal, por ser uma data do encontro de família, uma data quando se comemora o amor, então se quer estar com seu amor... mas não, é no carnaval que fico mais brava, irriquieta e com raiva do último falecido, casado. Aquele que fez juras de amor e disse que iria deixar a mulher... sabe qual? Deve saber, porque há um desses em cada esquina de cada bairro de cada cidade e de cada país. Um infeliz deste, mal resolvido, que como um ator, resolve adotar um personagem pra disfarçar a própria mediocridade de sua vida. E o pior é que consegue enganar e envolver alguém que está solitária e carente. Aí, se comete a burrada de se envolver com um pseude homem, que não tem a hombridade nem de encarar seus próprios limites.
O problema desta mistura não é somente o fato do homem ser casado, mas dele não ser nada do que demonstra ser. Você esta dormindo, não com o inimigo, mas com um completo desconhecido, com um engodo.
Eu não sei porque é justamente nesta data que lembro de todas as mentiras, até das que não foram ditas nesta época. Já notei isto no ano passado, foi a mesma coisa. Fiquei cabisbaixa, irritada e voltei a lembrar de quem estava morto e enterrado. Por que no carnaval?
Será que é por nos lembrar dos palhaços e por semelhança se lembra desses arremedos de homens? Sei lá, só sei que tem sido assim. Durante todo o ano nem lembro que a figura existe, verdade, não lembro mesmo. Mas tudo que se vive está guardado em nossa mente, não é, tanto as coisas boas como as ruins. E estas, eu luto pra esquecer, até quando vejo um retrato da pessoa e não faz mais sentido, aí vem a surpresa deste sentimento de revolta no carnaval... que coisa estranha.
Talvez também seja porque nesta época todos os gaiatos saiam à rua, então por semelhança nos lembre o tal gaiato com cara de sério. Deve ser por isso. A data suscita à libertinagem, aos comentários sem classe por parte dos homens que se escondem nos casamentos mal sucedidos, como se por causa do casamento eles não possam viver tudo que lhes é de direito, como se estivessem sós pudessem. Fantasias e mais fantasias. Fantasias de carnaval!
Ou por isso, porque carnaval nos lembra fantasias e estes homens de fato não existem, são tão somente fantasia.


15/02/2010