ARTE ARTEIRA

A arte é uma das formas mais lindas de expressar emoções. Até a raiva pode ser expressa como arte. A arte pode ser criada carregada de uma emoção e vista com outra. Na arte cabe toda e qualquer emoção.

terça-feira, 30 de março de 2010

Mergulho da gripe

Hoje estou assim... gripada, de cama e com vontade de filosofar... filosofar sozinha, né, ou com meus gatinhos...rsrs
A televisão já encheu, ler, eu não quero...ai, ai, eu queria mesmo era falar, falar, mas não tem ninguém que me queira ouvir. O jeito é escrever.
Quando estou assim, meio lá meio cá, parece que dou um mergulho em mim. Vou lá no fundo e encontro algumas coisas, que não é sempre que vejo. É mesmo um olhar pra dentro de mim. Não sei se porque não estou disposta a sair no tempo, sentir o sol, o vento, que também não quero ficar na parte de fora de mim e resolvo isto com um mergulho profundo, mas tão profundo que não sei direito onde vai dar. Vou pra algum lugar no passado, algum momento que já vivi e que não volta mais. Gosto de me lembrar do amor que tive, da vida que vivemos juntos e de como nos divertíamos com as coisas mais simples. Lembrar me faz bem. Quando lembro dele, parece que o recupero um pouquinho. Que conquisto novamente o direito de viver aquilo.
A vida é tão efêmera, tão rápida. Passei 22 anos ao lado do homem mais importante de minha vida, e já acabou, foi muito rápido. Ele já está lá, não sei onde, quem sabe no céu... se bem que acho que ele iria odiar o tal do céu. Ele gostava era de movimento, ação, alegria, fila, buxixo. Acho que céu não era pra ele. Mas por outro lado, ele é que era merecedor do céu. Só de pensar que ele me agüentou nesta vida, já ganhou o céu. Mas tem mais... ele agüentou a Marly, sua primeira mulher. Um homem que agüenta duas mulheres em uma vida merece o céu, ah se merece!
Mas eu não preciso de gripe pra me lembrar dele não, lembro sempre. Ele foi um enfeite em minha vida. Um grande amor. Um grande amigo e o homem a quem mais admirei. Tive sorte em tê-lo em minha vida, por meu companheiro, ainda que somente por estes poucos 22 anos.
Nestas horas, quando estou lembrando de nós, gosto de acreditar que a vida não termina aqui. Que ela não acaba com a morte. Gosto de pensar que ela continua, seja de que forma for, porque aí eu terei a oportunidade de reencontrá-lo. Nada me faria mais feliz.
Uma noite eu sonhei com ele. Já havia algumas vezes que eu havia sonhado com ele, mas curiosamente, nunca conseguia falar com ele. Ele nunca conseguia me ouvir. Mas desta vez não só conseguimos nos falar como nos abraçar. Foi indescritível a sensação que senti ao abraçá-lo. Senti o abraço dele de verdade. Foi maravilhoso. Depois daquele sonho, eu fiquei muito mais tranqüila e em paz.

Ro
30/03/2010

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