ARTE ARTEIRA

A arte é uma das formas mais lindas de expressar emoções. Até a raiva pode ser expressa como arte. A arte pode ser criada carregada de uma emoção e vista com outra. Na arte cabe toda e qualquer emoção.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

REAPRENDENDO A SER SÓ...


Preciso reaprender a ser só. Sempre fui só e gostava muito, de muitas coisas ainda gosto muito, mas de alguma forma, estou me ressentindo de ser sozinha. Deve ser uma fase, sei lá.
Nunca achei que gostaria de partilhar minha vida com alguém e pra surpresa minha, foi do que mais gostei em minha vida. Adorei!
Agora, sozinha novamente há seis anos, comecei a me ressentir bastante, e isto é também uma surpresa total, porque nunca me preparei pra compartilhar minha vida. Embora tenha compartilhado por vinte e dois anos, foi por acaso, não foi uma coisa com a qual eu tenha contado e me preparado. Mas pra viver só, sim, eu me preparei pra isto, lutei por isto, e agora tenho sentido solidão. Coisa estranha. Estou confusa, não sei se é uma fase ruim, de baixa auto-estima, ou se mudei meus paradigmas.
Outro dia me acidentei, cortei o dedo lavando um copo. Foi feio, tive de me conter, manter a cabeça fria, pra poder me acudir. Depois que ví o tamanho do estrago, estanquei parcialmente o sangue, desatei a chorar. Me senti tão só e abandonada.
Não compreendo esse sentimento. Construí minha vida pra ser sozinha, foi tudo que sempre quis, pelo o que sempre lutei, e agora essa... Estou me desconhecendo.
Tenho me sentido muito desconfortável com este sentimento sem saber o que fazer com ele. Sei que é comigo mesmo que tenho de resolver isto, mas como, ainda não sei. A solução esta dentro de mim, terei que amadurecer este sentimento pra buscar sua solução. Vou me reencontrar, reencontrar meu caminho, minha filosofia, ou formular outra filosofia, atualizá-la. É, acho que é isso... atualizá-la.

18/08/2011

SOLIDÃO


Quando olho para os lados e não vejo ninguém.
Quando olho pra frente e não vejo ninguém,
Só vejo alguém em meu passado,
Isso é solidão...
18/08/2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

LENDO UMA REPORTAGEM SOBRE DNA CANÔ...

LENDO UMA REPORTAGEN SOBRE DONA CANô, na revista do avião, me transportei pra casa de Dna Nenê, minha querida Dna Nenê, minha sogra q faleceu dia 28/09/2004 Ou 2003 não estou certa, mas o dia eu lembro, como se fosse hj. Era meu aniversario, e como Dna Nenê já estava hospitalizada fazia alguns dias, fomos pra lá, Franca, a 400 Km de São Paulo, eu e Aigor, meu namorado, companheiro inseparável, filho dela.
Mas vendo a foto de Dna Cano, me deu vontade de ir correndo pra a casa dela, pq a figura dela e o que sei de sua historia, me lembrou Dna Nenê.
Mulher miúda, cabelinho todo branco, puxado num coque perto da nuca. Brincos de ouro, vestido alinhado, cheirosa, vaidosa, figura frágil escondendo uma grande e forte mulher.
Me deu saudade dos finais de semana e feriados em que passávamos com ela, privando de sua companhia e de uma convivência calorosa e amena. Às vezes não tão amena.. Ela era muito inteligente e perspicaz, muitas vezes com tiradas picantes que eu adorava, e entravamos quase que num duelo de palavras estremecedoras que sei, ela também adorava. Sempre havia ouvido falar muito mal das sogras, mas esta querida Dna Nenê foi um grande presente na minha vida. Eu adorava estar com ela e estar no coração daquela família tão harmoniosa e amiga.
Família que como Dna Cano, ela construiu. Aquela mulher pequena, de aparência frágil construiu uma família de base tão sólida...
Seu casarão que fora construído em 1800 e alguma coisa, tinha o pé direito bem alto, com respiradouro no forro, Janelões enormes que quando fechadas pareciam que a casa dormia, então se sabia que ali não havia ninguém. As portas de duas folhas, muito altas tinham bandeiras de vidro em sua cabeceira e janelinhas tipo portinholas para se atender e ver quem batia, ates de abri-la.
A casa era branca como a neve com portas e janelas marrons. Depois q se ultrapassava o vestíbulo, donde a direita se tinha um antigo quarto agora transformado em sala de televisão, chegava-se a sala e sala de jantar e no meio desta se abrindo uma porta também alta, havia um jardim pergolado rodeado em três de seus lados pelo resto da casa, e em frente por um quintal repleto de arvores frutíferas, flores de varias espécies, e arvores ornamentais. Esta casa como sua Dona, exalava doçura de uma vida plena que foi vivida em toda sua amplitude e de acordo com seu desejo.
Minha sogra, que pessoa querida, matriarca brava e uma mulher tenaz. Dessas que a historia sempre tem o que contar.
Tenho fotos dela em cima de um móvel lá em casa, algumas.Tem uma em que ela estava fraquinha mas toda arrumada em comemoração aos seus 80 anos. Quando as vejo, as fotos, ouço sua voz, de velhinha mas firme e coerente.
Como será que são escolhidas as pessoas com as quais iremos conviver? Fico curiosa. Com minha sogra e com toda sua família eu me sentia totalmente em casa, Como se eu tivesse de fazer parte daquela família, como se estivesse escrito no universo. Era tão natural e verdadeiro. Ainda o é, com os membros desta família que continuam por aquí. Dna Nenê já não esta e meu amado Aigor, seu segundo primogênito, também não. Aquele ninho, aconchegante, que claro, perdeu toda esta configuração quando ela se foi, também não existe mais de fato, só nas minhas lembranças e no coração de todos que a amavam.
Eu sinto falta. Sinto falta dos papos ao redor da mesa, da prosa depois de uma festa, com a visão de cada um sobre os que lá estiveram, sinto falta dos almoços da Tereza, sua fiel escudeira, daquele bifinho acebolado com arroz branquinho e salada que só ela sabia fazer. Sinto falta do canto dos passarinhos, do sol entrando pela porta e janelas, inundando a mesa da sala de jantar quando tomávamos café da manha com biscoito de polvilho frito na hora. Tenho saudade dos Natais, muito alegres, Com a casa toda enfeitada, todo mundo bonito, com roupa de festa, as luzinhas da Arvore reluzindo, e a roda que se formava na sala pra distribuição dos presentes e adivinhação do amigo secreto. Puxa, era uma farra. Uma delicia mesmo. Hummm... que delicia de vivencia. Me sinto rica por ter esse tesouro dentro de mim.

Rosana
10/12/2007

AFETO

MEU AFETO ME DEIXOU
DEIXEI O MEU AFETO
TODOS OS MEUS AFETOS

UM ESPÉCIE DE LUTO
UMA GRANDE FRUSTRAÇÃO
REVOLTA MESMO

COMO SE A VIDA TIVESSE TERMINADO
E TERMINOU DE FATO
PELO MENOS AQUELA

PRA VIVER SEM ELA
CRIO OUTRA VIDA
BUSCO OUTRO AFETO

MAIS PERTO
MAIS MEU
EM OUTRA VIDA

Rosana Neves
1/07/07