ARTE ARTEIRA

A arte é uma das formas mais lindas de expressar emoções. Até a raiva pode ser expressa como arte. A arte pode ser criada carregada de uma emoção e vista com outra. Na arte cabe toda e qualquer emoção.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Emoções de Natal

Acho que devo escrever. Assim posso exorcizar meus sentimentos, minhas emoções, que são muitas. Nesta data de Natal, tudo vem à cabeça. Todo o passado, as coisas boas, as ruins, as perdas...
Faz pouco, nesta época de festas perdi minha mãe. Foi dia 1 de janeiro deste ano. Ela se foi de vez. A mente dela já havia ido, aos poucos, paulatinamente, mas ainda a tínhamos, de alguma forma. Agora ela se foi. Todo o sentimento é muito conturbado, existe uma parte que se sente aliviada, outra, talvez a maior, que se sente perdida, sem a principal referência. Órfã.
Ela odiava o Natal e agora, depois de velha entendo perfeitamente. Depois que perdi meu Aigor e principalmente depois que namorei um homem casado, entendi perfeitamente o que é ser posta de lado. Dói muito. Ninguém deveria passar por isso, principalmente minha mãezinha querida. Ela teve uma vida muito sofrida, de vergonha e revolta. Uma mulher linda que certamente merecia o melhor escolheu o pior pra si. E teve uma vida que a machucou demais, que tenho certeza, colaborou muito pra ocorrência desta doença do esquecimento. Melhor esquecer, lembrar de que, se foi uma vida com tantas mágoas e perdas. Melhor esquecer.
Mas não me esqueço dela. Minha grande mestra, amiga e ídala. Uma menina em um corpo de velhinha. Como será que acontecem as escolhas de parentesco? Quem e como se decide quem gerara quem? Como se formam as famílias, que inúmeras vezes são feitas de pessoas que se desentendem demais. E nós, o que fazemos aqui? Qual o objetivo afinal? Quando eu era novinha, eu sabia tanto e agora que sou madura, não sei nadinha. Só sinto um turbilhão de emoções cada vez mais profundas.

sábado, 4 de dezembro de 2010

FOLCLORE BAHIANO

São muitos os folclores sobre os bahianos. Todos bons, diga-se de passagem. Que o bahiano é acolhedor, simpático, boa cabeça, etc...
Sou filha de pai bahiano, nascida em São Paulo, Capital. Lugar tambem cheio de folclore, porém negativo, sobre os paulistanos. Que são antipáticos, não colhedores, individualistas, etc...
Pois é, vim morar na Bahia, Salvador, faz três anos e pouco, e não encontrei o bahiano acolhedor. Conheci bastante gente, mas só não conheci o bahiano amigo de verdade e acolhedor. O sorridente sim, pois o bahiano se esconde atrás do sorriso pra tudo. Em qualquer situação manda um sorrisão pra segurar a onda. Como se seu sorriso efetivamente fizesse diferença, como se fosse uma atitude, como se o sorriso pudesse disfarçar seus defeitos e desafetos.
Pois bem, quando morava em São Paulo, cidade que sabidamente recebe muita gente de fora, nunca eu ou qualquer pessoa de minha família, deixou de convidar qualquer colega de trabalho ou curso a passar Natal, Reveillon, ou qualquer feriado importante com nossa família, caso o forasteiro não fosse passá-lo em sua cidade com seus familiares. Nós somos paulistanos, lembra, os antipáticos e fechados. Aqui em Salvador, passei todos os Natais e Reveillons sozinha. Nunca recebi nenhum convite pra passar a ceia ou se quer o almoço em casa de nenhum bahiano que conheço. Nunca me senti tão só e desacolhida em qualquer outro lugar. Conversei isto com outros paulistas, gente jovem, na faixa dos 30 anos, que trabalha e estuda aqui, e recebi a mesma queixa. Achei que eu pudesse ser um caso isolado, por ter 55 anos, sei lá, mas ví que não é este o caso. O bahiano pergunta muito sobre sua vida, mas ví agora que não é por interesse em vc, mas tão somente curiosidade.
Vim pra cá com a firme intencão de morar até o final de meus dias aqui, fazer daqui meu novo lar, mas sem acolhimento isto é impossível.
Estou voltando pra São Paulo, onde de fato existe pessoas acolhedoras e todas as outras vantagens. Vou adorando a cidade de Salvador, mas com uma péssima impressão de sua gente tão sorridente.

É isso...