ARTE ARTEIRA

A arte é uma das formas mais lindas de expressar emoções. Até a raiva pode ser expressa como arte. A arte pode ser criada carregada de uma emoção e vista com outra. Na arte cabe toda e qualquer emoção.

sábado, 19 de junho de 2010

VOU VOLTAR...

Vou voltar...

Sei que ainda vou voltar, para o meu lugar, foi lá, é ainda lá...
Nunca jamais pensei que haveria de pensar nesta letra de música como sendo minha, minha história..., mas agora é. Saí de São Paulo tão certa de nunca mais voltar a viver lá, e agora é tudo o que quero. Voltar pra minha terra... minha cidade... minha casa. Pois lá conheço todas as nuances culturais e aqui não. Aqui sou estrangeira, gringa. Não me integro, não me absorvem e não os absorvo também.
O Brasil tem em si muitos Brasis. Um país imenso de diversidades culturais proporcionais. Estando eu na Bahia ou Ceará ou Acre ou qualquer canto do país, nunca poderei acreditar estar no mesmo Brasil em que nasci. Nasci em São Paulo, capital, e somente por lá e arredores consigo identificar minha ”nação”. Assim acontece a qualquer brasileiro nascido em qualquer parte do Brasil. Quando se cruza alguma distância dentro desta imensidão cultural, não poderemos jamais pensar em estarmos no mesmo país. É sim, o mesmo país geograficamente falando, mas jamais o será do ponto de vista cultural.
Sinto falta daquela loucura maravilhosa, da imensa opção que se tem pra tudo, inclusive pra pessoas. Tem gente vinda de muitas partes do Brasil e do mundo, mas em grande quantidade. Cursos de tudo, restaurantes de todas as especialidades. Muitas opções. Fica-se em casa somente se quiser. Acho que é a melhor noite do mundo, embora isto não me interesse, sou mais diurna.
Me mudei pra Salvador pra morar, mas agora vejo que aqui é uma ótima opção pra passar férias, mas não mais pra morar. Não pra uma “estrangeira”, como eu. Aqui é bom pra o baiano, o soteropolitano, que esta integrado nesta cultura. Talvez somente pra ele.
São Salvador é uma linda cidade e uma das coisas que mais gosto aqui é a vista do mar que tenho de meu apartamento no Rio Vermelho. Mesmo bairro onde morou Jorge Amado. Acho que vim pra cá, pra resgatar a baianidade de meu pai, que saiu tão jovem de sua terra, Santa Maria da Vitória, sertão da Bahia, em direção ao Sul, passando por Rio de Janeiro, se estabelecendo finalmente em São Paulo. Eu sempre brinco com as pessoas dizendo que sou meio-sangue baiana... mas acho que sou menos... talvez um quarto de sangue...
Bem, sei que ao voltar terei muito trabalho, pois vim pra cá de mala, cuia e gatos. Transferi até meu título de eleitor, pra poder virar baiana de verdade. Mas não virei não. O pior aconteceu, sou meio que uma pária nesta linda terra. Talvez estivesse um pouco velha pra absorver tanta mudança... Vamos ver.